sábado, 17 de novembro de 2012



Método Monty Roberts


Texto Extraído do Livro O Homem que Ouve Cavalos

Processo de iniciação
1. Conjunção
2. Acompanhamento
3. Áreas vulneráveis
4. Levantamento de pés
5. Manta
6. Sela
7. Cabeçada
8. Rédeas longas
9. Cavaleiro
10. Círculo à direita
11. Recuar um passo
12. Círculo à esquerda
13. Recuar um passo

Lista de Equipamentos
2 Rédeas longas (10 metros cada uma)
1 Cabeçada completa de bridão
1 Sela (de sua preferência)
1 Manta
1 Loro extra
Cabresto no cavalo
1 Guia longa (9m) e leve.

Obs.:
Usar redondel (de preferência com 16m de diâmetro), mas caso seja usado um cercado quadrado, é melhor arredondar os cantos.

1. Conjunção.
• Trazer o cavalo para o redondel já com cabresto.
• Tenha em mãos uma longa guia de preferência leve e de uns 9 metros.
• Fique no centro do redondel.
• Se apresente ao cavalo afagando a testa dele com a palma da mão, mesmo que já o conheça. Obs.: nada de palmadas.
• Solte o cabresto e vá para trás do cavalo (longe de sua área de coices). Quando estiver atrás dele (em distância segura) jogue a corda nos posteriores dele. A corda deve “cair” nele e nuca bater nele com ela.
A essa altura o animal já deve estar correndo no redondel. O cavalo está “recuando” e você deve “avançar” e manter a pressão.
• Jogue a corda a cada duas voltas dele ou quando achar necessário para mantenha a pressão.
• A atitude agressiva deve prevalecer com seu olhar fixo nos olhos dele e os ombros enquadrados com a cabeça do animal.
• Mova-se sempre para frente, mas mantenha-se longe da área de coices.
• Faça-o completar 5 a 6 voltas para um lado e mude a direção. Repita a operação.
Observe a orelha se voltadas para dentro do redondel. Isso fará ele correr mais devagar ou parar simplesmente. A orelha de fora (do lado da cerca) continuará se movendo para todos os lados observando o ambiente.

Aguarde a cabeça do animal começar a baixar e subir como se estivesse cumprimentando. As orelhas estarão apontadas para dentro do redondel e o focinho para fora. O pescoço se inclinará levemente para aproximar a cabeça do centro do círculo. Ele deverá nesse momento começar a lamber os lábios, por a língua pra fora, entre os dentes semicerrados, e mastigar o ar. Finalmente abaixará a cabeça quase até tocar o solo.
- As orelhas mostram respeito por você.
-Lamber os lábios e mastigar significa: “Sou presa, animal voador (que foge). Estou comendo, logo, não precisa ter medo de mim.”
-Abaixar a cabeça até quase o chão significa: “Se nós pudermos renegociar a situação, vou deixar você ser o chefe.”
Ao fazer isso o cavalo está pedindo para você parar de pressioná-lo. Ele quer parar de correr.
• Enrole a corda.
• Assuma atitude “submissa” olhando para baixo. Não olhe nos olhos dele nem de canto de olho.
• Ponha os ombros num eixo de 45 graus para com o cavalo (mostrando as costas pra ele). –Esse é o convite para que ele venha a te você ou para que, pelo menos, olhe em sua direção e pare de recuar.
Caso ele se aproxime, ótimo! Se ele não vier, ficar parado, mas não se aproximar, então você deve chegar mais perto dele. Faça isso, porém, dando voltas ou semicírculos. Não vá direto pra ele. Sele ele se afastar, ponha-o para rodar mais umas vezes e repita o processo.

Quando ele se aproximar, voluntariamente, e encostar a cabeça em seu ombro estará feita a conjunção.
2. Acompanhamento.
• Aproxime-se dele e faça um afago entre os olhos e depois se afaste caminhando em círculos.
• Caminhe em círculo para a direita (uns 3 metros de diâmetro). Repita o procedimento agora fazendo o círculo da caminhada para a esquerda. Repita várias vezes.

-O cavalo deverá segui-lo ou, pelo menos, acompanhar seus movimentos de maneira a ficar com a cabeça na sua direção. Caso isso não ocorra você se verá olhando para o traseiro dele. Nesse caso, bote-o para trabalhar de novo e repita todo o processo até conseguir a conjunção e o acompanhamento.

Estabelecido o acompanhamento, você deverá levá-lo até o centro do redondel. Fique de pé confortavelmente no centro e prepare-se para a próxima etapa:

3. Áreas vulneráveis.
• Comece na parte anterior do flanco direito usando ambas as mãos e prossiga massageando o pescoço, os ombros, as costas, as ancas, flancos anteriores e posteriores. Faça o mesmo do outro lado e estará pronto para levantar os pés do animal.

4. Levantamento de pés.
• Levante cada um deles de modo decidido, mas gentil (observe para estar sempre em segurança e fora da área de coices). Nunca largue os pés de vez, ao ar. Deposite suavemente no solo antes de largar.
Leve o equipamento para o centro do redondel dando uma chance para o cavalo inspecioná-lo. 
Caminhe constantemente entre os dois até chegar o momento em que ele preferir seguir você. Assim que tiver sua atenção total, engate uma guia no cabresto dele. Pegue a guia com a mão direita e fique a uma distância de um metro do animal.

5. Manta.
• Pegue a manta e a coloque gentilmente sobre as costas dele. Primeiro um pouco além da paleta, para depois ajustá-la no lugar certo.
Caso ele se afaste, nada de punição ou demonstrar chateação. Apenas o afaste com os olhos (olho no olho) e repita o processo até a Conjunção e o Acompanhamento.
Depois que a manta estiver no lugar, pegue a:

6. Sela.
A sela deve estar com a barrigueira sobre o acento.
• Coloque-se em frente ao pescoço, na altura da paleta. A sela deve estar apoiada no seu quadril direito.
• Gentilmente, coloque a sela sobre as costas do animal.
• Passe pela frente dele e lhe faça um afago no flanco.
• Baixe a barrigueira devagar e suavemente, mas com segurança e sem hesitar. Ajuste-a de modo a alcançar o meio da quartela.
• Vá até a frente do cavalo e afague-o entre os olhos.
• Fique em frete às mãos, pegue a barrigueira e ponha o lático da frente na ponteira da frente.
• Aperte a barrigueira, mas sempre observando as reações do animal, de modo a não apertá-la muito. Cuidado também para não deixa muito solta para que não saia do lugar.
• Pegue o lático traseiro e aperte a barrigueira um pouco mais do que fez com o dianteiro.
• Volte ao lático da frente e encontre o equilíbrio entre ele e o posterior.
• Tire a guia do cabresto e se afaste cautelosamente do animal – corda na mão –
• Com a corda, mande-o afastar-se.
O cavalo deve sentir que só ele se preocupa com a sela. Transmita calma e serenidade como se aquilo fosse a coisa mais normal. Faça-o girar e aguarde os sinais para a conjunção, mas só permita quando ele estiver acostumado e à vontade com a sela.
Quando estiver pronto e voltar até você:
7. Cabeçada.

• Coloque-lhe o bridão e ponha as rédeas na parte de trás da sela deixando-as folgadas.
• Pegue o loro extra e passe-o pelo estribo da direita, de forma que fique pendurado pela metade.
• Vá para a esquerda e pegue as duas pontas com cuidado para afivelar através do estribo esquerdo, assim, os estribos ficarão afivelados juntos sob o cavalo.

8. Rédeas longas.
• Pegue as duas guias pelas pontas dos mosquetões e coloque uma sobre o assento da sela, deixando o mosquetão chegar quase no chão do lado direito.
• Passe o segundo mosquetão pelo estribo direito (de trás pra frente) e o encaixe do lado esquerdo do bridão.
• Vá para o lado direito e repita a operação. Volte ao lado esquerdo.
• Pegue as duas guias nos lados do cavalo e se mova para trás e lateralmente, fora da zona de coice, em direção à garupa.
Agora você tem algum domínio nos movimentos do cavalo. Pode movê-lo para frente balançando a rédea direita sobre a garupa dele. (É importante que esse processo seja acompanhado por alguém acostumado a charretear)
Tente praticar com um cavalo pronto, antes de tentar com um potro iniciante.
• Faça o cavalo andar em círculos ao galope e na marcha ou trote para os 2 lados.
• Peça que vire e pare.
• Faça-o parar de costas para o centro do redondel e peça que recue um passo.

9. Cavaleiro.
A essa altura a maioria dos cavalos está pronta para ser montada. Monte ou peça a alguém que o faça, mas com calma e muito cuidado. Sinta o animal e passe confiança. Se for outro cavaleiro que o montará, está na hora de apresentá-lo. Com o cavaleiro no centro do círculo:
• Faça o cavalo rodar e traga-o de volta.
• Prenda uma guia na argola esquerda do bridão.
• Dê ao cavaleiro um ou dois minutos para se acostumar com o cavalo, afagando-o dos dois lados, tratando-o como você tratou.
• Ajude-o a montar com um calço e muita calma. Primeiro só a barriga apóia na sela.
• Movimente o cavalo com cuidado e calma em 2 ou 3 círculos à esquerda e depois à direita.
Avalie o cavalo. Veja se está calmo e satisfeito com a situação. Caso esteja bem:
• Guie o pé do cavaleiro até o estribo esquerdo e ele monta.
• Repita os círculos.
• Faça círculos maiores na medida em que o cavalo relaxa e descontrai.
• Solte cuidadosamente o mosquetão da guia.
• Não permita o galope. Apenas o passo e a marcha (trote) são suficientes.
• Após cada círculo, recue um passo.
10. Círculo à direita.
11. Recuar um passo
12. Círculo à esquerda.
13. Recuar um passo.
Nesse ponto, Monty Roberts alerta para que não tentemos heroísmo caso o cavalo não esteja pronto. Lembra que ele faz demonstrações para que os espectadores vejam todo o processo, mas nem sempre é possível fazer tudo da primeira vez. Tenha calma e curta toda a interação com o cavalo. O mais importante é a qualidade da doma, não o tempo gasto para chegar ao final.

Fonte: Site - http://www.harasdogaucho.com.br/dicas1.php?cod_dica=32&dicas=Manejo%20Animal

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